quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Cédulas do Brasil

"Nos slides sobre as cédulas do Brasil, podemos concluir que as cédulas foram utilizadas pelo governo em uma tentativa de formação de figuras nacionais a serem valorizadas pelo povo, com expectativa de introduzi-las no imaginário coletivo. Observamos que várias das personalidades representadas nas cédulas figuram nos dias de hoje como brasileiros ilustres. "

Oi Galera! Segue abaixo o link com uma apresentação de slides sobre as cédulas do Brasil. É muito interessante, pois além de apresentar todas as cédulas frente e verso, nós ainda temos as explicações e datas das mudanças de unidade monetária. É interessante notar que com o passar do tempo, as moedas foram sofrendo "corte de zeros", pois o cálculo milesimal ocasionava muitos problemas nas transações cambiais. É legal para professores e até mesma para colecionadores, pois organiza todo o acervo em uma apresentação de slides. Para os historiadores, vale à pena notar as figuras das notas e o que cada governo esperava passar a população com elas.

Como exemplo, podemos notar as notas criadas pelo governo após a Proclamação da República, que passaram a tramitar junto com as antigas cédulas monárquicas.
Na maioria das novas notas observamos imagens de figuras austeras do exército, passando à imagem de segurança e solidez a população. Na cédula de 200 Mil Réis, observa-se uma figura muito parecida com Deméter, deusa grega que simboliza a mãe, a que acolhe, protege e alimenta.

Nas cédulas do cruzeiro, criado em 1942, observamos a necessidade da criação de figuras nacionais, capazes de povoar o imaginário social. Na frente das cédulas figuras relevantes da história do país e atrás imagens que representam fatos ou ações que marcaram essas figuras. Temos como exemplo a cédula de 200 cruzeiros, onde na frente há figura de Dom Pedro II e no verso uma imagem da proclamação da república ou a cédula de 1000 cruzeiros onde na frente à figura de Santos Dumont e atrás uma imagem do 14bis.

Em algumas das mudanças monetárias, o governo apenas carimbava as notas antigas com os valores novos, como se pode observar na mudança do cruzeiro para o Cruzeiro Novo.

Em 1969 o Cruzeiro retorna, substituindo o Cruzeiro Novo, sendo que a dinâmica das figuras das notas continua a mesma: Na frente uma figura importante para o país e atrás uma ilustração relativa a ela. Destaque para a cédula de 200 Cruzeiros, que retrata uma mulher do povo, que aparenta colher frutas no verso, aludindo à cultura indígena. A cédula de 50000 cruzeiros serve como exemplo da formação de figuras nacionais, com a imagem de Oswaldo cruz à frente e no verso uma imagem da atual Fundação Oswaldo Cruz a cédula de 100000 cruzeiros, com a figura de Juscelino Kubitschek à frente e atrás a imagem do Congresso Nacional, em Brasília.

Em 1986, com o Plano Cruzado, o governo aproveita a maioria das cédulas carimbando-as, sendo que as novas cédulas criadas seguem o mesmo padrão de representação de um personagem à frente e seus feitos no verso.

No plano Cruzado Novo, algumas cédulas são mantidas com os devidos carimbos e nota-se a constante diminuição da quantidade de cédulas. Vale destacar a primeira aparição da efígie simbólica da República e que está presente em todas as cédulas atuais.

Após o Plano Cruzado, o cruzeiro é re-introduzido pelo Governo Collor. A prática do personagem à frente e seus feitos atrás continua. Destaque para a cédula de 100 cruzeiros que representa a catequização indígena, tendo a frente à figura de um padre e atrás a representação de crianças indígenas, o maior alvo das campanhas de cristianização. Destaque também para a cédula de 100000 cruzeiros com a figura do beija-flor, ave típica da América e presente em nossa atual cédula de um real.

O Cruzeiro Real teve duração efêmera, entre agosto de 1993 a julho de 1944, porém algumas de suas cédulas destacam-se pala aparição de importantes elementos da formação da sociedade brasileira que foram deixados de lado não só nas cédulas, mas por toda uma estrutura governamental. São eles o negro, representado na cédula de 50000 cruzeiros e o gaúcho, representado na cédula de 5000 cruzeiros.

Em 01/07/1994 é lançado o Plano Real, padrão monetário que estabilizou o câmbio brasileiro até os dias de hoje. Suas cédulas tem a frente em comum, representada pela efígie simbólica da república e no verso a valorização da fauna brasileira, tendo as notas até mesmo alguns animais em extinção como a onça pintada e o mico-leão dourado. Todos os animais encontrados no verso das notas do Plano Real são característicos de nossa fauna e representam a riqueza natural que o país possui.

Podemos concluir que as cédulas foram utilizadas pelo governo em uma tentativa de formação de figuras nacionais a serem valorizadas pelo povo, com expectativa de introduzi-las no imaginário coletivo. Observamos que várias das personalidades representadas nas cédulas figuram nos dias de hoje como brasileiros ilustres. Essa postura de formação da identidade nacional continua presente nas atuais cédulas, onde encontramos a presença de animais nativos da fauna brasileira em todas as cédulas. É importante a tentativa de identificar a população com figuras ilustres e até mesmo a criação de heróis nacionais, entretanto faltou maior ênfase a outros elementos responsáveis pela cultura brasileira, como o índio, o negro, o sertanejo e o gaúcho. O que vemos de fato é que grande parte das figuras a serem valorizadas fazem parte do corpo militar, o que é compreensível, já que o exército foi um dos principais elementos da proclamação da república e teve forte influência nos governos que a sucederam, basta olharmos o grande número de presidentes oficiais.

Para finalizar um agradecimento especial ao meu amigo Fernando que me enviou o slide. Segue o site dele, vale à pena conferir: www.frapozo.orgfree.com
Enfim, o slide:

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